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As violências e os estigmas baseados no género, que tem se propagado secularmente e globalmente sobre as mulheres, sobretudo as mulheres negras, têm exigido estratégias de enfrentamento que permeiam um conjunto de saberes e conhecimentos, e que levam em conta as experiências de vida das mulheres, no sentido de romper ciclos de violências e abrir o diálogo com o local, as tradições e a cultura. “Mudjeris di li i di la”: Gênero, Ancestralidade e Direitos é um programa de intercâmbio, intervenção e compartilhamento entre diferentes territórios geograficamente distintos, mas confluentes em suas histórias e práticas: de um lado mulheres negras, ativistas e cientistas brasileiras que buscam reconhecimento (reconstituir ou reelaborar) nas suas origens africanas; do outro mulheres cabo-verdianas, africanas, cientistas e ativistas, com suas tradições, culturas e histórias. E, no decorrer de um ano do programa estiverem em Cabo Verde cinco intercâmbistas (4 brasileiras e 1 cabo-verdiana) para vivência/pesquisa/intervenção e trocas diversas a fim de aproximar as suas experiências no enfrentamento da desigualdade de gênero, ampliando suas potências de realização e resistência, que se dão sobretudo pela promoção do bem viver, nos saberes e sabores, na saúde, nas práticas de educação, culturais e na luta pelos direitos pela equidade.