Search
Browse By Day
Browse By Person
Search Tips
Personal Schedule
Change Preferences / Time Zone
Algumas narrativas brasileiras recentes se inscrevem no limiar entre memória e ficção, funcionando ao mesmo tempo como um testemunho subjetivo - a partir do resgate da história familiar - e como memória coletiva. O narrador de Outro Lugar, de Luis S. Krausz, conta ao mesmo tempo sua partida do Brasil aos Estados Unidos nos anos oitenta e a migração dos pais, judeus do leste eurpeu, para o Brasil, nas primeiras décadas do século XX. Por sua vez, em O remanescente (2016), Rafael Cardoso excava nas raízes familiares e se submerge nos arquivos europeus para narrar uma faceta da anônima migração alemã para o Brasil, trazendo a luz um segredo familiar que foi guardado por geraçōes e tecendo a memória familiar com a de uma série de personagens públicas.
Esses dois romances dialogam com outras narrativas brasileiras contemporâneas que tem a História – e especificamente a história da imigração - como centro, como é o caso do romance de Nei Lopes, O preto que falava ídishe (2018), ou a pentalogia de Alberto Mussa conhecida como “Compêndio mítico do Rio de Janeiro”.
Interessam estas narrativas na medida em que -para além de contribuirem na construção de uma memória coletiva - experimentam com os gêneros literários consolidados. Esta comunição pretende discutir os contornos e a validade do conceito de “romance histórico” para estas narrativas, recuperando o conceito de arquivo e os usos contemporâneos do mesmo.