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Esta palestra explora as práticas inscritivas e interventivas do fenómeno do graffiti brasileiro chamdado de Pixação em lugares não periféricos. Exemplos serão utilizados para fornecer uma visão da complexidade e heterogeneidade dos procedimentos utilizados e das críticas formuladas no âmbito da Pixação. Será dada especial atenção às formações artísticas de representação e identidade: Que procedimentos artístico-interventivos são utilizados quando grupos marginalizados e periféricos reivindicam seu lugar e visibilidade no espaço público?
Em certas formas de pixação, as narrativas de identidade e de pertença são renegociadas e marcadas através do recurso a uma combinação única de procedimentos estéticos e performativos. Podemos encontrar pontos de contacto e de ligação interessantes, entre outros, em movimentos artísticos de vanguarda como o Modernismo brasileiro e a Antropofagia, bem como na literatura marginal/periférica que tem vindo a emergir desde o final da década de 1990 e que questiona conceitos tradicionais de identidade ancorados no colonialismo para ao mesmo tempo lançar conceitos como lugar de fala e escrevivência (Conceição Evaristo) para o espaço (público) (Hapke 2013: 109).
Para facilitar o acesso à parte analítica da palestra, começaremos por abordar criticamente o conceito de intervenção e faremos uma contextualização necessária da Pixação, tendo em conta sobretudo factores geográficos, históricos e sociais. Posteriormente, são descritas as diferentes práticas de Pixação assim como os desenvolvimentos e as características desde o seu surgimento.
Segue uma análise exemplar de duas intervenções artísticas e dos procedimentos aí utilizados. O objetivo da palestra é esclarecer, através de uma abordagem analítica, de que forma grupos marginalizados intervêm em lugares não periféricos através da prática da Pixação.