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A comemoração dos quatrocentos anos da cidade de São Paulo envolveu uma ampla reflexão sobre a história da cidade e sua posição no país. Atrações musicais marcaram a celebração em várias esferas, como a reforma do Teatro Municipal, a criação do Ballet do IV Centenário e a organização do Congresso Internacional de Música Folclórica. Além disso, a Comissão do IV Centenário de Fundação da Cidade de São Paulo, promoveu uma série de concursos em várias áreas como teatro, literatura, radio, cinema e música. Entre todas as categorias, o Prêmio Carlos Gomes, dedicado a Sinfonias ou Poemas Sinfônicos, oferecia a maior premiação no valor de CR$ 200.000,00. A formação do comitê de premiação enfrentou desafios relacionados à logística e ao calendário e, entre sessenta e uma submissões vindas de dezoito países, elegeu a Sinfonia de São Paulo (mais tarde renomeada como Sinfonia No. 3) do compositor local, Camargo Guarnieri. Além do concurso, o Comitê do Quarto Centenário encomendou diretamente a Heitor Villa-Lobos, o que se tornou sua Sinfonia No. 10 “Ameríndia.” Ambas as sinfonias fazem referência a narrativas sobre história da cidade, especialmente aos povos originários da região. Porém, essas referências são imbuídas de um teor colonialista que enfatiza a assimilação de temas indígenas para a consolidação de uma moderna cidade de São Paulo. A partir de pesquisa em arquivos e análise das obras, a presente comunicação interroga a permanência de estereótipos indianistas do modernismo dos anos 1920 e sua transformação para uma representação da história de São Paulo em 1954.