XVII Congress of the Brazilian Studies Association

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“A Meditação de Gonçalves Dias e o escravismo no Brasil dos anos 1840

Thu, April 4, 11:00am to 12:45pm, Aztec Student Union, Union 3 – Visionary Suite

Abstract

Lúcia Miguel Pereira considera Meditação “o primeiro grito contra a escravidão na literatura brasileira”. Talvez não fosse o pioneiro, já que manifestações anti-escravistas aparecem, por exemplo, em poemas do pernambucano Natividade Saldanha, na década de 1820. Mas, publicadas no Rio de Janeiro e na revista Guanabara, provocaram mais impacto, já que Gonçalves Dias teve de fazer ajustes no texto originalmente previsto.
Meditação é um poema em prosa, produzido entre 1845 e 1846, à época em que o autor escrevia os textos que completariam os Primeiros cantos. Como observa Wilton J. Marques, G. Dias teria iniciado a obra poucos meses depois de seu regresso de Coimbra, em março de 1845. Mas a publicação foi procrastinada, com os três primeiros capítulos lançados na Guanabara em fevereiro de 1850. A última parte apareceu bem depois, na edição das Obras póstumas, organizada por Antonio Henriques Leal. A parte final é a mais polêmica, porque, ao ser publicada, teve partes suprimidas, ato provavelmente motivado por algum tipo de censura. No conjunto, trata-se de uma crítica contudente ao escravismo e à aniquilação dos indígenas pelos colonizadores europeus, tema da exposição aqui proposta.

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