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Na obra intitulada Olhos D’água, Conceição Evaristo foca seu interesse na
população afro-brasileira, abordando, sem meias palavras, a pobreza e a violência urbana
que a acometem. O objetivo principal desse artigo é analisar a forma como Evaristo retrata
a violência de gênero no conto intitulado “Maria”, mulher negra, pobre, trabalhadora e
explorada, vítima da violência de uma sociedade racista e patriarcal. Para a realização
desse trabalho, a metodologia utilizada foi o estudo comparativo entre ficção e realidade
a partir de uma visão histórica, social, antropológica e cultural em que o conto “Maria” é
apresentado. A obra de Conceição Evaristo é considerada um instrumento de luta, tomada
como uma arma, que através da literatura, denuncia a opressão e a violência que sofrem
muitas “Marias e Marielles” em diferentes realidades, e volta seu olhar especialmente
para a mulher negra, duplamente marginalizada. Para alcançar este propósito, são
empregados estudos de Pierre Bourdieu (2010), Goldeberg (1989), Grossi (2004), Duarte
(2010), Garcia Moreno (2002), entre outros. O conto “Maria” reproduz, na fala e nas
ações das personagens, os estereótipos brasileiros em relação à mulher negra no Brasil,
transferindo para a literatura as mazelas sociais e humanas que fazem parte do cotidiano
das mulheres negras em um país marcado por desigualdades e por uma história de
escravidão que ainda não teve fim.