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A Guerrilha de Três Passos, seguramente, foi o primeiro movimento de resistência ao Golpe de Estado de 1964, imposto ao Brasil. O levante se deu em março de 1965, à véspera de completar um ano de governo ditatorial, e foi um movimento armado e organizado, gestado no interior da região noroeste do Rio Grande do Sul, mais especificamente na área rural do município de Três Passos. No entanto, pouco se sabe sobre este movimento se formos pesquisar em documentos oficiais, não há quase nada sobre isso e, mesmo a Comissão da Verdade dedica poucas páginas ao fato que resultou em prisões, torturas e mortes. Como já dissemos anteriormente “a memória sempre pode retornar” (Petri, 2010), desestabilizando discursos que, ideologicamente, determinaram o que se deve ou não lembrar, bem como determinam o que deve ser esquecido. Na esteira desta reflexão, com base nos pressupostos teóricos da Análise de Discurso Materialista, desejamos reinstalar a tensão entre história e memória, explicitando que embora possa tantas vezes estar à margem dos “acontecimentos”, a memória retorna de outros lugares (não-oficiais) e passa a significar. Nos deteremos em explicitar um pouco da silenciada história do Movimento Revolucionário de Três Passos (RM - Três Passos), a partir da memória constitutiva do “Diário” do coronel dissidente e apoiador do presidente deposto João Goulart, Jefferson Cardim de Alencar Osório, uma das lideranças da referida Guerrilha.