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Uma janela. Uma mancha. Duas mulheres. É esta a imagem principal do primeiro episódio da série "Histórias (im)possíveis", objeto de análise desta apresentação. Baseando-nos no conceito de fronteira proposto por Gloria Anzaldúa, entendendo que fronteiras apresentam complexidades que se configuram nos níveis cultural e social, traçaremos uma leitura da história de Mayara, uma mulher preta recém aprovada no vestibular que está em seu último dia de trabalho como empregada doméstica, e Laura, a patroa branca que pede para que a jovem desista dos estudos para continuar trabalhando em sua casa. No episódio intitulado "Mancha" destacamos três fronteiras: a fronteira social que separa as duas, a fronteira racial, que faz com que Laura, inclusive, não enxergue Mayara como outra mulher e, por último, a fronteira espiritual que muda o tom da narrativa no momento em que vida e morte deixam de ocupar espaços distintos. A partir disso visamos pensar como a colonialidade se apresenta e assombra de maneira que Mayara, sua mãe e sua avó representam o que Juliana Teixeira, em Trabalho Doméstico (2021), aborda ao falar sobre a profissão como perpetuação da figura da black mammy, que também é recuperada por Conceição Evaristo ao propor o conceito de escrevivência como o estilo de escrita de histórias negras que visa não mais colocar os filhos da casa grande para dormir, mas acordá-los de seus sonhos injustos. Contaremos também com os trabalhos de Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro, bell hooks, Angela Davis e Walter Mignolo como apoio teórico.