Search
Browse By Day
Browse By Person
Search Tips
Personal Schedule
Change Preferences / Time Zone
O retorno ao passado, por meio das narrativas orais, não é uma busca por capturá-lo, repeti-lo ou enaltecê-lo. Revolver histórias também não significa uma busca pela verdade das coisas. Não há restituição exata, passado sem lacunas ou sem variáveis possíveis. No entanto, o que há nele de essência (no sentido de entendimento de vida, de mundo, de relação do humano com o mundo) permanece acessível. Ao se tornarem palavras ressoando no espaço, as histórias adquirem a função de religar não apenas as pessoas, mas estas com o mundo, composto de vivos e mortos. Mais do que ligar no ato da partilha, as histórias o fazem nas semelhanças que carregam entre si, mesmo que oriundas de diferentes locais e que tão singulares, porque são decorrentes de um processo civilizatório violento e silenciador, patriarcal e cristão. No Brasil colonial, era usado um termo latino para definir mulheres, crianças e pessoas com deficiências intelectuais: "Imbecilitus sexus". Portanto, esta apresentação se debruça sobre o saber feminino presente nas narrativas orais, transmitido e adquirido via corpo, por entender que esses saberes adquiridos pela experiência e pela convivência com outras mulheres foram, ao longo dos séculos e ainda hoje, encarados como conhecimento menor, menosprezado, inclusive, pelas instituições de ensino. Assim, busca-se uma reflexão sobre ancestralidade, memória, comunicação, conhecimento, oralidade, que passe pelo corpo, tomando como base as discussões sobre a performance como episteme, de Diana Taylor, a comunicação para as comunidades Bantu-Kongo, de Kimbwandende Kia Bunseki Fu-Kiau, entre outros(as).