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Viver é perigoso, escrevera João Guimarães Rosa. Em sua obra magna, Grande sertão: veredas, ele explorou esse perigo literariamente. Nessa narrativa que carrega marcas da oralidade, questões universais do ser humano aparecem a partir da realidade particular do sertão mineiro do Brasil. Seu protagonista, Riobaldo, conta suas próprias memórias a um visitante com vistas a “armar o ponto” de uma questão e, ao final, receber um conselho. O alcance metafísico da pergunta, engendrada no decorrer desse diálogo-monólogo sobre si mesmo, diz respeito à existência de deus e do diabo. Mas ela vem junto com a dimensão imanente acerca da experiência humana no tempo: o que é o ser humano? Ao caminhar por temas centrais da tradição filosófica – tais como identidade, linguagem e tempo – numa escrita na beira da oralidade, o livro deflagra a ambiguidade da vida através da junção e da oscilação entre polos opostos: bom e mau, deus e diabo, homem e mulher. O objetivo da apresentação é analisar essa “dialética extremamente viva”, como a caracterizou o crítico Antonio Candido, sob a luz da concepção dialética de Walter Benjamin e de sua reflexão sobre as narrativas orais na modernidade.