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Ser uma mulher negra no Brasil, assim como em muitos outros países ocidentais, não é uma questão simples. Nossa existência é constantemente confrontada com uma necessidade de justificativa, bem como com uma série de imaginários e estereótipos que nos colocam em lugares com os quais não apenas não nos identificamos, mas que nos roubam nossa dignidade e possibilidade de ser. Nesse sentido, o trabalho de escritoras como Cristiane Sobral e Elizandra Souza surge como um grito que, em vez de reivindicar um lugar na cena literária tradicional, se levanta e exige seu próprio espaço. Um lugar que sempre foi delas e que, apesar das tentativas de silenciá-lo, mostra o papel político e de liderança que as mulheres negras têm desempenhado dentro e fora de suas comunidades. Assim, partindo de conceitos como malungaje, cimarronaje, doridade e escrivivências, abordarei não apenas a escrita dessas autoras no contexto brasileiro, mas também em conversa com outras autoras da diáspora, especialmente da Colômbia e do Caribe, para entender como as identidades, os entendimentos e as lutas das mulheres negras são articulados para transformar as realidades de suas comunidades e da literatura afro-latino-americana.