XVII Congress of the Brazilian Studies Association

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"Minha vida é andar por este país": a escrita andarilha em "Insubmissas Lágrimas de Mulheres"

Fri, April 5, 4:00 to 5:45pm, Aztec Student Union, Union 3 – Presidental Suite

Abstract

No livro “Insubmissas Lágrimas de Mulheres” (2016), de Conceição Evaristo, vemos a presença de uma narradora que vai em busca das histórias de outras mulheres a fim de construir uma memória que reforce a individualidade e complexidade da vivência desse grupo. Além de ouvinte e contadora de história, a partir deste processo, a contista se constitui também como uma andarilha. Nesse contexto, vale ressaltar o recorte de gênero e raça, enquanto marcadores essenciais: suas personagens são mulheres, majoritariamente negras. Para tal estudo, partiremos da análise dos contos “Mary Benedita” e “Natalina Soledad”, presentes na obra mencionada. Dessa forma, o nosso trabalho tem o objetivo de identificar como essa andarilha abre espaços para que as mulheres-personagens se representem. Assim, entendemos que o registro dessa busca torna-se importante, uma vez que traz a subjetividade de indivíduos que, devido à colonização, foram retratados como "o Outro" sendo destituídos da posição de sujeitos, como observa Grada Kilomba (2019). Para essa análise, pensaremos identidade e representação pela perspectiva de Stuart Hall (2006) e Sueli Carneiro(2020), e a ”oralitura”, por Leda Martins(2022), para reforçar o ato de compartilhar histórias como uma forma de construir arquivos contra-hegemônicos e a importância da escrita do subalterno para narrar a si mesmo, transformando-se, a partir disso, em sujeito de sua história.

Authors