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Vulnerabilidades e prospecção de dados da população

Sat, May 26, 5:45 to 7:15pm, TBA

Abstract

Tendo em vista o recrudescimento da capacidade de prospecção de dados sobre as populações, por parte de governos e corporações, este trabalho busca situar aspectos da vigilância na atualidade que incidem no contexto latino-americano. A assimetria de poder que marca este cenário é observada situando a vigilância em massa (Lyon, 2016), voltada para captura indiscriminada de rastros da população deixados nos sistemas de comunicação e informação, sejam eles governamentais ou corporativos, e a vigilância direcionada (Lyon, 2016), que incide diretamente sobre um alvo (pessoas ou grupos) e realiza-se com a associação de informações prospectadas em diferentes bancos de dados oriundos da vigilância em massa. Tais aspectos compõem o plano de fundo do capitalismo de vigilância (Zuboff, 2015) que este trabalho busca conectar com uma vigilância econômica, mais vinculada a análises para concessão de crédito bancário, propaganda direcionada e marketing e com uma vigilância política, que caracteriza determinadas pessoas e grupos como potencialmente perigosos. Dentre as várias visibilidades que emergem dos sistemas de prospecção e cruzamentos de dados, este trabalho busca ressaltar o que se considera risco para esses sistemas, sejam de empréstimo ou de segurança. Neste cenário, em que as empresas e os Estados investem na prospecção de dados populacionais, a atuação de grupos como Serasa Experian e de recentes mudanças na legislação brasileira que levam a criminalização de movimentos sociais, faz emergir como vulneráveis as pessoas ou grupo de pessoas suscetíveis a uma vigilância que pode aprofundar desigualdades ou impedir o pleno exercício da cidadania.

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