Individual Submission Summary
Share...

Direct link:

A invisibilidade dos cabos submarinos: troca de tráfego, vigilância e controle

Sat, May 26, 5:45 to 7:15pm, TBA

Abstract

A exposição de Trevor Pligen no museu Metro Pictures (Nova Iorque, 2015) apresentou fotografias de cabos submarinos cujo núcleo é formado por fios milimétricos de fibra ótica que atravessam o planeta e permitem o funcionamento de nossos meios de informação e comunicação em escala global. A intenção declarada da exposição é dar visibilidade e materialidade a essa infraestrutura para trazê-la para o mundo público, para o mundo da política. Alguns anos antes, um vídeo intitulado “A Tour of the AC-1 Transatlantic Submarine Cable” (2011) documentou o percurso de um dos principais cabos submarinos do mundo. O vídeo artista se propôs a registrar todos os pontos em que o AC-1 encontra um continente, mas o cabo propriamente dito não pode ser visto ou filmado nesses pontos. Existem apenas sinais de sua presença.
Esse artigo pretende se juntar aos esforços da exposição e do vídeo na medida em que quer dar visibilidade e materialidade as operações de interconexão e troca de tráfego, mesmo que por meio da descrição e análise de sinais residuais. Acordos comerciais de troca de tráfego são definidos de maneira obscura em contratos privados entre as empresas operadoras. No entanto, trata-se de uma operação estratégica, um “ponto de estrangulamento” (checkpoint) em que é possível vistoriar e controlar o fluxo que lhe atravessa. Daí que são espaços privilegiados para a concretização de dispositivos de vigilância e controle, que descreverei por meio de pesquisa histórica e dando privilégio ao contexto Latino Americano.

Author