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Os estudos sobre “relações raciais” no Brasil tiveram historicamente um foco na investigação sobre “o outro”. Este, entendido como o contrário do branco, foi analisado pelos debates sobre o desaparecimento, o assimilacionismo, a integração à nação de diferentes grupos sociais não brancos e/ou não europeus ocidentais como indígenas, grupos imigrantes (árabes, asiáticos) e negros, descendentes de africanos traficados e escravizados. Raramente o foco esteve em observar o “branco brasileiro” como objeto central daquela agenda de estudo. É possível dizer que esta abordagem começa a mudar em meados dos anos 1950, quando o sociólogo negro Alberto Guerreiro Ramos propõe a análise do que chamou de “patologia social do branco brasileiro”. Nos anos e décadas seguintes, intelectuais como Florestan Fernandes, Abdias do Nascimento, Lélia González, Lia Schucman, Lourenço Cardoso, Cida Bento entre outras e outros deram sequência àquele debate. Esta comunicação propõe, portanto, um balanço sobre como os estudos sobre branquitude fazem parte da agenda de reflexões do pensamento social brasileiro, alterando-se com o tempo e com as mudanças sociais pelas quais a sociedade brasileira passou entre as décadas de 1950 e 2000, alcançando talvez o momento mais crítico do debate público sobre o tema nos dias contemporâneos, sendo inclusive parte da discussão em espaços fora da universidade e das ciências sociais especializadas, chegando os movimentos sociais, à esfera pública midiática, às redes sociais e agentes públicos variados.