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Na sociedade capitalista globalizada, os fenômenos relacionados ao patrimônio se desentranham da esfera cultural stricto sensu e atravessam múltiplas dimensões da vida social: economia, política, direito, planejamento urbano, saúde, etc. Assim, sua produção e gestão constituem funções geradoras de poder político, econômico e simbólico. A Museologia Social pode ser entendida como um campo de ação e produção partilhada de conhecimento dedicado à apropriação comunitária dos processos museológicos, isto é, dos meios de produção e gestão do patrimônio integral. No Brasil, a Política Nacional de Museus implementada a partir de 2003 orientou-se pelos seus princípios, fazendo emergir inúmeras iniciativas e redes de memória e Museologia Social. As populações das fronteiras interculturais (povos das florestas, das águas, do campo e das periferias urbanas), assim como as comunidades dos territórios abissais (moradores de rua, refugiados, migrantes, imigrantes, negros, mulheres, LGBTTT, pessoas com transtorno mental e deficiências), compreenderam a potência dos processos de criação, preservação e comunicação da cultura para sua (r)existência. A memória é sua arma de luta contra as violentas investidas de exclusão, expropriação, deslocamento forçado, fragmentação social, apagamento físico e simbólico. Simultaneamente, ela oferece um meio de afirmação de seus direitos, valores e modos de vida. Nos diferentes contextos, as redes de memória e Museologia Social se fazem protagonistas na articulação de uma política cultural contra-hegemônica, descolonial e voltada ao Bem-Viver. Numa abordagem transversal, esta comunicação discute fundamentos teóricos e metodológicos assumidos pela Museologia Social para contribuir na ocupação das políticas culturais pelas coletividades que não se enquadram no modelo hegemônico.